quarta-feira, 4 de junho de 2025

Brasão Família Nunes: Sobrenome, Origem, História e Curiosidades.

 O sobrenome Nunes (ou Nuñez, em espanhol) é de origem luso-espanhola e classificado como patronímico, ou seja, vem do nome próprio Nuno, muito comum na Península Ibérica. Isso significa que Nunes quer dizer literalmente “filho de Nuno”.

Por ter surgido de um nome pessoal, o sobrenome apareceu de forma independente em várias regiões, com diferentes famílias adotando o nome sem terem ligação de sangue entre si.

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Origem do nome Nuno

O nome Nuno pode ter origem no latim “nonnus”, que significava “pai”, “aio” ou até “monge”. Já nas formas antigas, esse nome aparece registrado de várias formas em documentos medievais: Nunniz (964), Nunizi (1054), Nunnez (1053) e Nunez.

Primeiros registros do sobrenome Nunes

Um dos primeiros nobres a usar o sobrenome foi Nuno Martins Garro, que recebeu brasão de armas do rei de Portugal, Dom Afonso V, em 1466. Isso mostra que o nome já tinha destaque entre a nobreza portuguesa nessa época.

Família Nunes no Brasil colonial

O sobrenome Nunes chegou cedo ao Brasil e se espalhou por várias regiões. Veja alguns dos registros mais antigos:

  • Rio de Janeiro: João Nunes, conhecido como "o cego", casou-se em 1644 com Bárbara da Costa. Há também registros de famílias como Nunes da Costa, Nunes da Silva, Nunes Moreira e outras, desde o século XVII.
  • São Paulo: Antão Nunes viveu em São Vicente e deixou descendência. Outros nomes antigos incluem Baltazar Nunes (1555) e Lourenço Nunes (1598).
  • Rio Grande do Sul: José Joaquim Nunes, nascido em Caparica, Portugal, chegou ao Brasil em 1819 e se estabeleceu como Patrão-Mor no Arsenal de Marinha.
  • Bahia: Catarina Nunes, natural de Arouca (Porto), casou-se com Jorge Fernandes, um dos primeiros registros de Nunes na região.
  • Minas Gerais: Manuel Nunes de Mendonça, neto de Domingos Nunes, casou-se em Itajubá, em 1784. 

Nunes e a diversidade cultural no Brasil

O sobrenome Nunes também foi adotado por famílias de diferentes origens:

  • Famílias africanas e afrodescendentes: Joana Nunes, “parda”, casou-se no Rio de Janeiro em 1699. No Rio Grande do Sul, Vicente Nunes, também “pardo forro”, casou-se em 1800.
  • Judeus convertidos (cristãos-novos): Durante a Inquisição, vários judeus portugueses foram forçados a adotar nomes cristãos como Nunes. Registros mostram casos como:

    Natália Nunes, condenada em 1660 por "crime de ser judia".
    Leonor e Ana Nunes, ambas cristãs-novas condenadas em 1664, em Lisboa.
    Luísa Nunes, também cristã-nova, enviada ao Brasil como punição em 1668.

Conclusão:

O sobrenome Nunes carrega uma longa história que atravessa séculos e continentes. Presente em Portugal, Espanha e no Brasil desde o período colonial, o nome reúne histórias de nobres, colonos, cristãos-novos, indígenas e afrodescendentes. Hoje, é um dos sobrenomes mais comuns do Brasil, com raízes profundas e muita diversidade.

Referencia Bibliográfica: Os sobrenomes + comuns do Brasil  - Vol I

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